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    Incertezas quanto à taxação de compras até US$ 50 encabeçam desvalorização das empresas do varejo em maio

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    Gigantes do varejo de moda como a Renner a C&A tiveram queda de dois dígitos no período. Por outro lado, recuperação extrajudicial das Casas Bahia parece ter animado os acionistas da empresa

    Por Lucas Torres, 4/06, às 11:02

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    Em um mês de maio atribulado para a economia nacional, as empresas do varejo andaram de mãos dadas com o Ibovespa – principal índice da Bolsa brasileira.

    As razões que impulsionaram as quedas na casa dos 3% do Índice Novo Varejo de Ações (INVA) e do IBOV, porém, não foram idênticas.

    Tudo bem que o menor ritmo em que tem se dado a diminuição da taxa básica de juros permeia ambos os índices. No entanto, de acordo com os analistas, a principal razão para a queda de 19 das 27 empresas analisadas pelo INVA foi a indefinição quanto à taxação das compras até US$ 50 de players do exterior, enquanto o Ibovespa teve como fator de maior impacto a derrocada das commodities (sobretudo do Petróleo) no mercado internacional.

    Um panorama geral amplo de dificuldade não significa que todas as empresas do varejo listas na bolsa tiveram desempenho negativo no mês de maio.

    Neste contexto, o principal exemplo de descolamento da fotografia geral em relação a movimentos individuais ficou por conta das Casas Bahia. Depois de anunciar um acordo com seus credores para recuperação extrajudicial, o grupo – que tem dívida estimada na casa dos R$ 4 bilhões – recebeu um voto de confiança dos acionistas e terminou maio com uma alta de 3,5%.

    Outra empresa a se destacar positivamente no período foi o Mercado Livre. Ancorada em resultados acima do esperado no 1º trimestre de 2024, a varejista teve o maior salto entre todos os tickers monitorados pelo INVA, alcançando uma alta de 17,37%.

    Embora afete toda a cadeia varejista do país, o debate em torno da taxação – ou não – das compras até US$ 50 decai majoritariamente sobre o segmento de moda. Isso porque ‘roupas e acessórios’ representam mais de 50% das compras inseridas neste contexto, tendo as asiáticas Shein e Shopee como principais protagonistas.

    Não por acaso, o arrastar da pauta no Congresso Nacional fez com que varejistas de moda como a Renner e a C&A tivessem suas ações desvalorizadas na casa dos dois dígitos no período.

    Outro destaque entre as ações com desvalorização no mês de maio fica por conta da Petz.

    Afinal, depois de ter um boom de mais de 40% depois de anunciar a intenção de fusão com a Cobasi, a empresa do segmento pet voltou à terra após diante das incertezas surgidas em relação à aprovação do movimento por parte do CADE.

    O INVA

    INVA é o índice criado pelo grupo Nhm para medir movimentações nas ações do segmento varejista listadas em Bolsa. Sua ideia é proporcionar uma leitura sobre o desempenho das operações relacionadas ao varejo que abriram capital e usam o pregão do Ibovespa para conquistar investidores e alavancarem seus negócios.

    A metodologia do estudo reúne as movimentações diárias dos índices de fechamento de cada ação para criar uma média, o INVA – número médio medido entre a variação das 26 empresas selecionadas, que é comparado com o índice do Ibovespa gerando gráficos para a checagem do comportamento do varejo em relação à movimentação do mercado em geral, regulando os índices de forma a perceber variações em tempo real.

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