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    Desabastecimento: atacarejos e mercadinhos sofrem com bloqueios nas rodovias

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    Ao NOVOVAREJO, especialista em logística contou detalhes do cenário de desabastecimento nestas categorias

    Lucas Torres

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    Iniciado ainda no último domingo, logo após o anúncio da vitória de Luiz Inácio Lula da Silva no segundo turno das eleições presidenciais, o movimento que bloqueia rodovias de 25 estados brasileiros já começa a afetar o varejo alimentar com desabastecimento em diversas cidades do país.

    De acordo com o diretor da OnBlox, Fabrício Santos, passadas mais de 30 horas do início dos protestos os atacarejos e os chamados mercadinhos têm sido as categorias mais impactadas pelo desabastecimento de produtos.

    O especialista em logística conta que, para os primeiros, o cenário se apresenta pela dinâmica usual do abastecimento de seus estoques que – normalmente – ocorre a cada 12 horas. “Passado este período, estes atacarejos já passam a apresentar falta de produtos. Como já vem ocorrendo”, relatou Santos.

    Estes problemas observados nos atacarejos são, aliás, causa direta do cenário que já assola os pequenos varejos. Afinal, como explica Santos, estes estabelecimentos não possuem fluxo de caixa suficiente para estocar produtos que suportem um nível de consumo normal por mais de 24 horas.

    “Os mercadinhos não têm o chamado estoque de segurança. Eles compram hoje para vender amanhã. Na prática, portanto, o estoque dele é o atacado. Assim, se o atacado está sofrendo com desabastecimento, eles também sofrem”, contou o diretor da OnBlox.

    Embora não completamente imune, a categoria dos supermercados ainda respira em meio à crise das rodovias. Segundo Santos, isso ocorre porque estas grandes empresas varejistas conseguem um estoque de segurança de 48h até 72h nos produtos da chamada Curva A – ou seja, aqueles em que a venda é mais frequente, e de até uma semana dos produtos de menor movimentação, das Curvas C e D.

    “Esta dinâmica me faz concluir que, se chegarmos – por exemplo, a sete dias de paralisação, nós teremos um caos completo de desabastecimento. Até porque o próprio temor de que isso aconteça faz com que este movimento se acelere, à medida que a população acaba correndo para estocar produtos e se prevenir de uma possível falta generalizada”, concluiu o especialista da empresa do Grupo Máxima.

    E-commerce também sofre

    Questionamos Fabrício Santos sobre o impacto da atual paralisação no e-commerce e ele foi categórico: nesta modalidade, a situação é ainda mais trágica. “Além dos relatos de nossos clientes, podemos facilmente ver essa situação nas imagens dos bloqueios. Praticamente em todas elas vemos um veículos dos correios, do Mercado Livre ou do Rappi”, acrescentou o executivo – antes de tranquilizar os varejistas.

    “A boa notícia, porém, é que estas empresas não poderão ser legalmente responsabilizadas por possíveis atrasos, à medida que o cenário se trata de uma questão generalizada de segurança pública”.

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