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    Setor de moda segue tendência de crescimento no e-commerce em 2023

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    Diretor de vendas da Admitad Brasil, Bruno Trindade repercute números e analisa atual momento do varejo de moda e fala sobre papel do marketing de afiliados neste cenário

    Assim como em outros países, o mercado de moda brasileiro vem registrando crescimento no e-commerce. Dados da plataforma de marketing de afiliados Admitad, apontam que o número de pedidos aumentou 5% no primeiro trimestre deste ano, na comparação com o mesmo período do ano passado. Em 2022, a quantidade de vendas acumulou crescimento percentual de 15%.

    Ainda segundo o balanço, que analisou as vendas online de 72 marcas e marketplaces de moda brasileiros ou com filiais no país, a receita bruta gerada em 2022 foi 24% maior que a de 2021. Os dados foram coletados a partir do sistema de rastreamento de vendas da plataforma da Admitad, que conecta marcas que querem vender um produto ou serviço online a pessoas ou empresas que querem monetizar seu tráfego na internet.

    Segundo o diretor de vendas da Admitad Brasil, Bruno Trindade, o resultado demonstra   um cenário de recuperação após a diminuição de vendas durante a pandemia. “Embora o setor tenha começado a se recuperar gradualmente em 2021, somente em 2022 os clientes voltaram a fazer compras ativas”, explica ele. 

    Para 2023, a expectativa é que o crescimento seja maior nos próximos trimestres. “É importante considerar que as altas temporadas da indústria da moda geralmente ocorrem nos meses de primavera e outono, quando ocorrem grandes vendas. Esses números são iniciais, portanto, ainda poderemos ver um crescimento mais proeminente”, comenta.

    Durante os anos de pandemia, o segmento de e-commerce teve papel significativo no crescimento do varejo de moda. Para aumentar a conveniência, as empresas passaram a oferecer ferramentas online de dimensionamento e ajuste, métodos mais ágeis de entrega e devolução, além de ofertas especiais e descontos. Os benefícios diminuíram a principal desvantagem das compras online – o risco de não agradar o cliente.

    De acordo com a Admitad, a moda representa um setor importante no e-commerce, principalmente, próximo a datas comemorativas. No Dia das Mães deste ano, 22% de todas as compras online foram provenientes desta categoria. 

    Bruno Trindade é diretor de vendas da Admitad Brasil

    Popularização do marketing de afiliados

    Segundo a Admitad, no último ano, o número de marcas e marketplaces brasileiros que aderiram à plataforma de marketing de afiliados aumentou em 30%. Para Bruno, a razão disso está no aumento de custos referentes ao setor durante o ano passado e início deste ano, o que pode ter tornado a ferramenta mais atrativa.

    “A indústria da moda viveu um período de turbulência econômica, com custos crescentes para fabricantes em todo o mundo. Nessas condições, marcas e marketplaces foram se tornando mais cautelosos com seus gastos com marketing”, explica. O número de afiliados também aumentou 29% no Brasil em 2022. 

    Em conversa exclusiva com a reportagem do NV, Trindade contou mais detalhes sobre o atual cenário. Confira a íntegra abaixo:

    Novo Varejo – Como o varejo de moda do país tem avançado no uso de tecnologias que permitam ‘experimentações mais visuais’, como na realidade aumentada, a fim de evitar pedidos de troca, bem como convencer os consumidores mais resistentes à compra de vestuário via internet?

    Bruno Trindade – Várias tecnologias são utilizadas para permitir “experimentações mais visuais” ao consumidor no ambiente digital e híbrido. Temos a Realidade aumentada (RA), Realidade virtual (RV), Metaverso, Modelagem 3D e até mesmo Assistência Virtual e Chatbots. No varejo online, cada vez mais vemos as marcas e consumidores explorando essas tecnologias que são usadas para transformar a forma como os consumidores interagem com as marcas, experimentam os produtos e realizam suas compras online. 

    Atualmente, é um diferencial importante para o varejo de moda, cada vez mais digitalizado, essas inovações têm criado oportunidades para aumentar o envolvimento do cliente, permitindo uma experiência de compra mais personalizada e confiável, melhorando não apenas a experiência do usuário com tecnologias imersivas, mas também impactando a eficiência operacional (redução de custos logísticos por ter menos troca/devolução).

    Novo Varejo – Quais são os benchmarks do mundo no uso dessas tecnologias? E no Brasil, quem tem se destacado?

    Bruno Trindade – Empresas de moda, decoração, móveis e eletrônicos têm experimentado o uso de tecnologias para melhorar a experiência de compra. Para moda, temos os cases globais já conhecidos da Gucci, Zara e Nike, por exemplo, além desses várias marcas conhecidas, como Blueberry, Vans, Ralph Lauren e outras, estão desenvolvendo provas digitais de seus produtos, interações em jogos e coleções exclusivas no Metaverso. 

    No Brasil, a Renner utilizou ferramentas avançadas de modelagem e prova digital em 3D para lançar uma coleção exclusiva em realidade virtual, permitindo que os consumidores interajam com as peças de uma coleção-cápsula criada de forma totalmente digital, e atualmente no portfólio da Admitad podemos destacar a Shop2gether, que atenta às tendências também teve interesse no RV e lançou roupas 100% digitais em 2021.

    Novo Varejo – De que maneira o marketing de afiliados atua no impulsionamento das vendas de uma marca? Sua dinâmica pode ser tratada, por exemplo, como algo semelhante aos tradicionais revendedores de produtos que ainda vão de porta em porta no ‘mundo físico’?

    Bruno Trindade – Toda marca já sabe que precisa estar nos resultados de busca do Google e nas redes sociais (Google Ads e Facebooks Ads), mas a composição de canais para gerar tráfego e consequentemente vendas, deve ir além do óbvio. O marketing de afiliados atua no aumento da capilaridade e alcance de uma marca, pois permite que os afiliados promovam os produtos ou serviços para um público mais amplo e segmentado, alcançando potenciais clientes que talvez não seriam alcançados através dos canais de marketing tradicionais da marca.

    Embora haja algumas semelhanças com o conceito de revendedores tradicionais, o marketing de afiliados se diferencia significativamente em alguns pontos, como no alcance, por estarem em um ambiente 100% digital falando com uma audiência fiel e segmentada; nos custos, pelo investimento necessário ser apenas o pagamento das comissões por resultados aprovados (não sendo necessário treinamentos ou prospecção de afiliados , este último por conta da rede de afiliados); na diversificação de estratégias, dado que uma marca pode trabalhar com diferentes tipos de afiliados; e também pelo uso de tecnologias, como o rastreamento das ações, que permitem a otimização das campanhas.

    Novo Varejo – Quais marcas do Brasil têm se destacado na estratégia de marketing de afiliados? Vocês têm números sobre o impacto desta estratégia sobre os resultados destas marcas?

    Bruno Trindade – Nós temos diversos programas já bem desenvolvidos no portfólio da Admitad, o programa de afiliados da Shein, por exemplo, tem parceria com a rede desde 2016, ativo em diversas regiões do mundo, em 2022, em relação ao ano anterior, o programa apresentou um crescimento de 22% em número de pedidos feitos via afiliados da Admitad.

    Recentemente, nossos parceiros do Axo Group, em suas campanhas na América Latina para marcas como Victoria’s Secrets, Calvin Klein, Tommy Hilfiger, fizeram um depoimento relatando que as marcas se beneficiam de 5% a 6% a mais de receita desde que o programa de afiliados começou com a Admitad.

    Especificamente no Brasil, no ano passado, nossos programas de afiliados com o Grupo Icomm, das marcas OQVestir e Shop2gether, apresentaram um crescimento de mais de 120% do valor de mercadoria vendida, em relação ao ano anterior.

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