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    União de Petz e Cobasi repercute bem, mas não evita queda brusca de ações do varejo em abril

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    Fruto do momento turbulento da economia nacional, média das ações do varejo acumulou queda de 9% no período

    A economia brasileira, que parecia ensaiar uma pequena decolagem ao fim de 2023, voltou a patamares de incerteza com a chegada do calendário atual. Exemplo disso, é o fato do Ibovespa ter terminado no vermelho em três dos quatro meses de 2024.

    Em abril, o principal índice da bolsa nacional até ensaiou uma recuperação. No fim do mês, porém, a soma das dúvidas sobre o equilíbrio fiscal do país no médio prazo e a manutenção de um patamar de juros acima de 5% da economia estadunidense foi uma receita suficiente para frear o movimento de alta.

    Pior do que isso, o mau humor gerado pelo clima de incerteza parece ter chegado ao consumo – o que impactou diretamente as ações do varejo.

    Levantamento exclusivo do Grupo Nhm, o Índice Novo Varejo de Ações (INVA) registrou uma queda de 9,05% dos tickers varejistas listados na bolsa – número que poderia ser pior não fosse a excitação do mercado em torno da fusão entre Petz e Cobasi.

    Gande exceção da fotografia geral, a ação da Petz chegou a ter alta de 31,15% e a alcançar um valor de R$ 5,34 na primeira semana após o anúncio de sua união de forças com a Cobasi, um de seus principais concorrentes, criando um gigante com receita projetada de R$ 6,9 bilhões e uma capilaridade de 483 lojas distribuídas em 20 unidades da Federação.

    A empolgação dos primeiros momentos arrefeceu na semana seguinte e devolveu o papel à cotação atual de R$ 4,92 – bem distante do salto até à marca de R$ 7,10 projetada pelos gestores responsáveis pelo acordo.

    Para além do salto importante da varejista do segmento pet, também é importante destacarmos o fato das Casas Bahia ter fechado o mês de abril ‘no azul’. Afinal, o movimento, embora tímido, mostra uma mudança de rota da percepção do mercado sobre a empresa após o anúncio de entrada em recuperação extrajudicial.

    Já no âmbito das ações que acompanharam o movimento conjuntural geral, destacamos a despencada de 24,44% do ticker do Magazine Luiza. Em crise de desempenho desde a onda de otimismo que levou à máxima da ação em 2020, a empresa chegou a ser negociada a um valor de R$ 1,36 no mês de abril – seu menor patamar no ano.

    As quedas consecutivas, aliás, fizeram a gestão da empresa se mexer e, dentre outros movimentos, aprovar um novo grupamento de ações ordinárias, na razão de 1 para 10. Dessa forma, cada grupo de 10 ações da companhia vai ser grupado em 1 ação – sem que haja mudanças no valor do capital social.

    Ainda sobre as quedas, de maneira geral, alguns fatores que influenciaram o movimento quase uníssono das ações do varejo foram o salto de 3,5% que levou o dólar a um patamar de R$ 5,19 e o o aumento dos juros futuros (DIs) em face de um payroll que ultrapassou as expectativas dos analistas e dos investidores.

    O INVA

    INVA é o índice criado pelo grupo Nhm para medir movimentações nas ações do segmento varejista listadas em Bolsa. Sua ideia é proporcionar uma leitura sobre o desempenho das operações relacionadas ao varejo que abriram capital e usam o pregão do Ibovespa para conquistar investidores e alavancarem seus negócios.

    A metodologia do estudo reúne as movimentações diárias dos índices de fechamento de cada ação para criar uma média, o INVA – número médio medido entre a variação das 26 empresas selecionadas, que é comparado com o índice do Ibovespa gerando gráficos para a checagem do comportamento do varejo em relação à movimentação do mercado em geral, regulando os índices de forma a perceber variações em tempo real.

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