Líder do segmento na América Latina, o supermercado chegou ao Brasil em 2019 e se destacou ao atender as mudanças de comportamento do consumidor durante a pandemia
Lucas Torres
A pandemia do coronavírus arrefeceu significativamente nos últimos meses. Como não podia ser diferente, porém, a crise sanitária mais grave do século deixou marcas profundas nas mais diversas culturas do planeta.
No Brasil, um dos impactos mais significativos do problema pode ser notado nas mudanças do comportamento do consumidor do ano de 2020 para cá. Exemplo disso, é o fato de 54% dos consumidores do país ter realizado sua primeira compra de alimentos e produtos para o lar de forma totalmente digital durante o período.
Tamanho contingente de ‘clientes digitais’ não apenas obrigou os players mais tradicionais a se adaptarem à nova realidade, como também abriu espaço para novos modelos de negócio.
Dentro deste contexto está o ‘Justo’. Supermercado 100% digital, a empresa chegou ao Brasil em 2021 e experimentou resultados robustos no período pandêmico – assumindo a liderança das vendas online do segmento na América Latina.
A fim de manter a trajetória de crescimento, a empresa firmou – em fevereiro passado – uma parceria inovadora com o Rappi, disponibilizando aos clientes deste seu portfólio com mais de 7 mil itens.
Para conhecer um pouco mais sobre a parceira e apreender a visão do Justo para o setor de supermercados, conversamos com exclusividade com sua diretoria. Confira abaixo a íntegra da entrevista:
NovoVarejo: Como vocês enxergam a maturidade do consumidor brasileiro para comprar itens de supermercado online?
Justo: O brasileiro se mostra aberto a ter novas experiências digitais, e com o supermercado digital não é diferente. Porém, é necessário o estabelecimento de confiança, já que a cultura de ir ao supermercado e escolher seus próprios produtos é uma rotina estabelecida nas famílias. Por este motivo, ter pilares como frescos mais frescos, pedidos completos e entregues à tempo são essenciais para o Justo criar essa conexão com seus clientes e trazer uma nova forma de fazer supermercado, 100% digital.
NovoVarejo: A compra de alimentos online teve um crescimento significativo no Brasil durante a pandemia da covid-19. O quanto este crescimento foi mantido após a retirada das restrições de circulação de pessoas?
Justo: Com a pandemia da covid-19, um número maior de consumidores se tornaram aptos a experimentar serviços digitais de modo geral, o que alavancou a oportunidade de termos o público brasileiro experimentando nossos serviços. A garantia de um portfólio diversificado, com o cuidado na separação do pedido, entrega própria e um serviço de qualidade foram alguns dos motivos para nossos clientes, além de experimentarem, se manterem utilizando a nossa plataforma.
Mesmo após a retirada de restrições da covid-19, as pessoas já estavam mais adaptadas ao e-commerce e criaram confiança no serviço digital, desta forma, o setor continua com perspectiva de crescimento. Em 2022, o Justo cresceu 12x durante a sua operação com apenas um centro de distribuição atendendo parte da cidade de São Paulo e representa cerca de 40% da companhia. Já em 2023, começa a sua expansão para regiões como, por exemplo, ABC e Guarulhos.
NovoVarejo: Como o consumidor brasileiro se comporta no âmbito das ‘compras de supermercado online’ em relação aos demais países da América Latina?
Justo: O Brasil, especificamente, tem um diferencial devido a sua expansão territorial, um público mais exigente com relação ao nível de serviço e aberto a testar novas experiências, soluções e plataformas de maneira geral. Atuando inicialmente na cidade de São Paulo, pudemos notar que este público traz uma grande valorização de categorias com produtos mais frescos, principalmente frutas, verduras e legumes, busca por novidades no portfólio, além de soluções que facilitem o dia a dia e experiência de compra.
ara isto, o Justo oferece alguns diferenciais, como permitir que o cliente faça diferentes listas de compras e armazene essas informações na plataforma, facilitando a seleção dos produtos no ato da compra, também é possível o cliente escrever uma lista de produtos que necessita comprar e a plataforma oferece opções relacionadas a estes produtos, sem a necessidade que o cliente fique navegando por diferentes categorias. Também vale ressaltar a inteligência da plataforma em analisar compras anteriores do cliente e sugerir opções de produtos para facilitar a busca e a programação de entrega no dia e horário que o cliente preferir.
NovoVarejo: Conte um pouco sobre o modelo de negócios do Justo, sobre quando ele foi concebido e as razões/propósitos que impulsionaram a sua criação?
Justo: A ideia surgiu em 2019, com os fundadores Ricardo Weder (MX) e Ricardo Martinez (BR), com o intuito de revolucionar a indústria de supermercados da América Latina, iniciando sua primeira operação no México e expandindo para os países Brasil e Peru. A motivação foi mostrar que empresas latinas têm potencial, talento e capacidade tecnológica para competir com grandes players, além de oferecer práticas mais justas ao mercado.
O Justo se baseia nos seguintes pilares:
- Produtos frescos mais frescos;
- Excelência no serviço de entrega (entregas a partir de 3 horas do pedido, pontualidade, encantamento com equipe própria do Justo para realização da entrega);
- Pedidos completos (tecnologia de ponta que garante a integração em tempo real do estoque com a plataforma).
NovoVarejo – O Justo não pensa em ingressar no universo das lojas físicas? Vocês avaliam, por exemplo, opções mais ‘sazonais’ como as lojas pop-up?
Justo: O Justo nasceu com a proposta de um supermercado digital e seguimos atentos às necessidades dos consumidores para oferecer uma experiência de qualidade dos nossos serviços. Estamos focados em cada vez mais melhorar a experiência por meio do e-commerce e expandirmos nossa área de entrega para mais clientes.
