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    LGPD no varejo: um mundo de oportunidades para quem souber aproveitar

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    Neste artigo, o CMO da Linx – Tiago Mello, trata a LGPD como uma oportunidade e não mais como um gargalo a ser solucionado pelo varejo

    Envolta em uma nuvem de incertezas e até um pouco de apreensão, a Lei Geral de Proteção de Dados, vigente desde setembro de 2020, caiu como uma bomba no mercado varejista nacional na época de seu lançamento. Manusear dados dos clientes, que sempre foi algo visto como corriqueiro e, ao mesmo tempo valioso neste universo, passou a requerer mais cuidado e transparência do que antes. Ao se deparar com a legislação, que exige um controle maior na circulação de dados pessoais de compradores, o setor se viu diante da necessidade de eleger estratégias para ganhar algo ainda mais desafiador: a confiança dos clientes.

    Costumo dizer que, antes da LGPD, os dados dos clientes eram o objeto de maior valor para o comércio. Agora, a confiança é o novo petróleo. Isso porque há pouco mais de dois anos tem sido assim: se o consumidor não confiar na marca, ele não vai permitir o acesso aos seus dados pessoais. Isso impacta diretamente nos negócios e nas estratégias de vendas que utilizam business intelligence para cruzar informações e oferecer produtos ou serviços cada vez mais personalizados aos clientes.

    Autor do artigo, Tiago Mello é CMO da Linx e CPO da Stone

    Para estabelecer essa tão sonhada confiança, no entanto, é preciso investir em segurança e inovar os processos. Essa credibilidade requer comprometimento, transparência e, principalmente, responsabilidade. Por isso, grandes varejistas — que lidam diretamente com o público final e detém uma base ampla de clientes –, têm buscado se cercar de parceiros que possam garantir a segurança da informação e privacidade de dados de cada titular. Ter uma operadora forte por trás dessa relação comercial, de modo a garantir que os dados permaneçam seguros e que sejam utilizados apenas da maneira que o consumidor permita, é fundamental.

    Outra maneira de fazer com que os compradores queiram compartilhar seus dados é oferecendo uma vantagem no momento da compra, ou seja, estabelecendo uma relação “ganha-ganha”. Nesse sentido, as ferramentas de descontos ou cashbacks são uma opção simples e efetiva. De um lado, o varejista reverte uma porcentagem do dinheiro ganho novamente ao comprador, de outro, tem oportunidade de capturar informações pessoais de seu cliente. Essa estratégia tem dado tão certo que, de acordo com a Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC), 48% dos consumidores aproveitaram descontos com o uso de cashback desde 2020.

    E vamos além. Se existe confiança entre empresa e consumidor, além de benefícios reais para ambos, não é exagero dizer que o próximo passo é a conquista da fidelização. Isso é o que tem feito o varejista perceber que a LGPD não é uma inimiga, mas sim uma hipótese real de inovar e melhorar o relacionamento com os clientes.

    Mas, para isso, é necessário que todas as empresas consigam se atualizar em conformidade com a nova legislação. A adequação às normas tem sido uma preocupação de todo o mercado, o que fez com que empresas se especializaram nesse tema para tornar o processo de adesão cada vez mais simples, tanto para os grandes players do setor varejista, quanto para os pequenos empresários. Atualmente já existem, por exemplo, ferramentas especializadas na gestão completa dos dados dos clientes. Elas viabilizam a conformidade total do negócio com a lei de forma fácil, simples e dinâmica, trazendo toda a segurança para o controle de aceite dos consumidores.

    Em resumo, é inegável que a implantação da LGPD já trouxe conquistas importantes para o consumidor. Para os varejistas, mesmo sendo um grande desafio, ela tem sido uma oportunidade de inovar os processos, conquistar a confiança de seus clientes e ir ao encontro da fidelização. É uma tendência mundial à qual todo o mercado deverá se adaptar, seja hoje ou em um que se mostra cada vez mais futuro próximo.

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