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    Especialista aponta rentabilidade como o principal desafio do varejo em 2024

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    CEO da Mob2Con, Carlos Wayand, alerta que o varejo precisará rever a sua relação com os clientes e a indústria; Tecnologia terá um papel fundamental na busca por eficiência

    Restando pouco mais de um mês para o final do ano, o setor varejista já começa a revistar os números obtidos em 2023 visando também projetar qual será o cenário que terá pela frente em 2024. Hoje, os números apresentam uma conjuntura positiva. De acordo com o Instituto Brasileiro de Executivos de Varejo e Mercado de Consumo (Ibevar), o varejo deve fechar o ano com crescimento anual em vendas. Para o retrospecto de 12 meses, de dezembro de 2022 a dezembro de 2023, espera-se que o varejo ampliado brasileiro cresça 4,96%, enquanto o restrito 1,74%. 

    Apesar do panorama de crescimento, o CEO da Mob2Con, plataforma de inteligência de dados para a eficiência operacional do varejo, Carlos Wayand alerta que o setor terá pela frente um enorme desafio a ser superado no próximo ano: o aumento da rentabilidade

    “O varejo pode ser definido como uma balança, onde de um lado temos o consumidor, e do outro o fornecedor. O que sustenta a relação é a rentabilidade, que hoje está super comprometida. A grande questão para 2024 será revisitar os fatores que constituem as relações e estabelecer novos caminhos que sejam mais seguros e sustentáveis para os envolvidos, mas principalmente para o próprio varejo em si”, explica. 

    Cliente sempre tem a razão:

    “O dado mais relevante para o varejo é a sua relação com o consumidor. É a partir desses insumos que o lojista tem a chance de avaliar a sua audiência, além de construir meios efetivos para oferecer o produto que o cliente quer, da maneira que ele deseja”, adiciona. 

    O preço de venda é balizado pelo mercado e o consumidor aceita pagar uma pequena diferença pela conveniência.

    Mesmo diante de um obstáculo macro, o executivo destaca que a sua resolução passa por mudanças assertivas direcionadas na forma com que o varejo conduz o contato com os parceiros comerciais.

    Já pensando pelo lado do consumidor, segundo Wayand, o grande desafio está atrelado a compreensão e adesão perante seus interesses. Portanto, os players que não conseguirem compreender ou se alinhar aos desejos da sua clientela terão problemas para conseguir fidelizá-los.

    União das forças

    Por outro lado, o CEO da Mob2Con destaca ainda que a formalização de um ambiente que ofereça preço baixo, conveniência e comodidade para os consumidores, depende, de uma vez por todas, de uma melhora na relação entre o varejo e a indústria. 

    De acordo com o especialista, por mais que cada um dos setores necessitem um do outro e os seus interesses estejam interligados, ainda hoje muitas vezes a relação entre as partes segue conflituosa. “O fornecedor pensa somente em entregar o produto, enquanto o custo e o escoamento do estoque fica todo na responsabilidade do lojista. Por outro lado, o varejo não se empenha para que a indústria consiga alinhar e trazer precisão à sua produção”, avalia. 

    Dessa forma, Wayand afirma que a relação entre varejo e indústrias precisa contar com um tom mais estratégico. “Se eles não caminharem juntos na mesma direção, a chance de ambos saírem prejudicados é grande”, completa. 

    Aliada da vez

    Se por um lado os desafios estão postos à mesa, por outro o varejo terá à sua disposição mecanismos de auxílio na busca pela solução. Segundo Wayand, hoje a tecnologia já se posiciona como uma ferramenta fundamental para a construção de análises mais bem embasadas perante os diferentes cenários. “Será através dela que o setor irá garantir os insumos necessários para entender quais os melhores caminhos para adotar”, afirma. 

    No entanto, o especialista alerta que ter os dados em mãos é somente parte da resolução do problema. O que será construído a partir dessas informações é o que verdadeiramente irá determinar se, ao final de 2024, a rentabilidade das marcas será expandida ou não. 

    “Os dados podem simbolizar uma central de autópsia, servindo apenas para explicar o porquê o seu negócio fracassou, ou a central de diagnóstico, gerando as opções para o tratamento e solução dos problemas. A escolha é simples”, conclui.

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