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    Varejo não resiste ao mau momento macroeconômico e desaba na Bolsa em novembro

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    De acordo com o INVA, 21 das 26 empresas do setor tiveram variação negativa no período. Varejo não resiste, sobretudo, ao aumento da curva de juros

    Os tempos não são de calmaria para quem investe na bolsa brasileira. Influenciado pelas incertezas quanto à política de gastos do governo e a sua capacidade de aprovar a meta fiscal no Congresso, o último mês marcou o pior desempenho do Ibovespa para um mês de novembro no comparativo com os últimos sete anos.

    De maneira geral, a influência da instabilidade institucional e do temor do mercado em relação a temas como a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil mensais respingou sobre todos os setores da economia. As varejistas não foram exceçãom e viram 21 de seus 26 tickers listados na bolsa apresentarem um desempenho negativo no período. Além de sofrer com os fatores já citados, varejo não resiste ao aumento da curva de juros.

    A grande exceção positiva do período ficou por conta das Americanas, empresa que escapou do pessimismo do mercado e apresentou um boom de valorização superior a 100% em seu papel durante o período.

    Tal resultado foi impulsionado pelo lucro líquido de R$ 10,3 bilhões reportado no balanço do terceiro trimestre, mesmo sem a aprovação formal do plano de recuperação judicial da empresa. O resultado surpreendente gerou expectativas positivas, ainda que sua origem esteja mais relacionada a ajustes financeiros do que a uma recuperação operacional efetiva.

    Segundo especialistas, o lucro expressivo foi influenciado principalmente pela chamada “novação da dívida”, que consiste na renegociação de obrigações financeiras antigas, transformando dívidas vencidas em novas, com prazos mais longos. Embora essa estratégia seja considerada uma “manobra necessária” em meio à crise, e não um indicativo concreto de recuperação, a divulgação do balanço foi suficiente para impulsionar as ações da companhia, que dispararam logo após o anúncio.

    Exceções à parte, a regra geral do mês de novembro foi de múltiplas quedas de dois dígitos nas ações que compõem o INVA.

    Entre os destaques negativos neste contexto, vale pontuar o recuo de 18,59% das Lojas Renner, em um resultado que somou o descontentamento dos acionistas com seus indicadores operacionais com o ambiente macroeconômico desfavorável, sobretudo com os juros, em tendência de alta, incidindo sobre o consumo.

    Outra vítima do combo incertezas econômicas mais resultados operacionais insatisfatórios foi a Westwing, cujo tombo de -22,89 representou ainda, segundo analistas, que o varejo não resiste a dificuldades específicas no modelo de negócios, fortemente impactado pela redução da demanda por produtos de nicho.

    O INVA

    INVA é o índice criado pelo grupo Nhm para medir movimentações nas ações do segmento varejista listadas em Bolsa. Sua ideia é proporcionar uma leitura sobre o desempenho das operações relacionadas ao varejo que abriram capital e usam o pregão do Ibovespa para conquistar investidores e alavancarem seus negócios.

    A metodologia do estudo reúne as movimentações diárias dos índices de fechamento de cada ação para criar uma média, o INVA – número médio medido entre a variação das 26 empresas selecionadas, que é comparado com o índice do Ibovespa gerando gráficos para a checagem do comportamento do varejo em relação à movimentação do mercado em geral, regulando os índices de forma a perceber variações em tempo real.

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