Segundo levantamento realizado pelo “Meu Crediário”, taxa de inadimplência do varejo no primeiro período foi de 8,65%
O número de inadimplentes no Brasil, pessoas que deixam de pagar suas dívidas dentro do prazo, continua sendo um desafio para o varejo nacional. No entanto, o cenário atual aponta uma leve melhora nesse indicador.
Segundo pesquisa desenvolvida pelo Meu Crediário, a média de inadimplência no primeiro semestre de 2025 foi de 8,65%. No mesmo período do ano passado, a taxa registrada era de 9,98%.
Mesmo com um pequeno aumento entre maio e junho, passando de 9,61% para 9,70%, o setor permanece otimista. A expectativa é que os consumidores consigam organizar melhor suas finanças e resolver pendências nos próximos meses.
Pesquisa revela tendência de alta em junho, mas cenário é positivo
Os dados de junho, último mês do semestre, confirmam uma tendência de crescimento gradual no Índice de Inadimplência criado pelo Meu Crediário. Esse indicador acompanha o comportamento de pagamento dos consumidores e serve como referência para lojistas do varejo.
Especialistas apontam que o aumento registrado a partir de março é comum, já que o período reflete os gastos acumulados nas festas de fim de ano. Ainda assim, a comparação com 2024 indica uma trajetória de queda, o que representa um sinal positivo para o mercado.
O Sudeste registra o maior índice de inadimplência do varejo no país no primeiro semestre de 2025, com 11,27% da população com contas em atraso. As menores taxas estão no Nordeste (8,91%) e no Centro-Oeste (8,93%).
Além disso, a inadimplência parece diminuir conforme a faixa etária avança. Jovens de 18 a 25 anos lideram com 17,48%, enquanto entre os consumidores acima de 66 anos o índice é de 6,05%.
Outro dado aponta que homens apresentam inadimplência maior que mulheres: 11,52% contra 9,12%, uma diferença de 2,4 pontos percentuais. No varejo, o setor de roupas e calçados aparece com o maior índice, atingindo 12,08%. Óticas (7,48%) e móveis e eletros (6,51%) vêm em seguida.
O balanço do semestre aponta estabilidade em algumas faixas e um leve crescimento em outras. Por isso, lojistas e gestores de crédito devem ficar atentos aos segmentos com maior incidência de inadimplência.
Cenário é de queda em relação a anos anteriores
Os dados do primeiro semestre de 2025 indicam uma tendência de queda após alta nos últimos dois anos. A média para esse período foi de 8,65%, enquanto em 2024 o índice estava em 9,98% e em 2023 girava em torno de 10,45%.
Mesmo em comparação com 2022, quando o índice semestral era de 8,93% e iniciou uma trajetória de alta, os dados deste ano continuam menores. Apesar de a quantidade ainda preocupar os lojistas, o cenário traz otimismo para os próximos anos.
Perspectiva para o futuro
No segundo semestre de 2024, houve uma queda no índice para 7,4%, o que gera expectativa de redução também neste ano. Entretanto, dados do último semestre mostram que a inadimplência no varejo permanece elevada em alguns grupos, como jovens, homens, consumidores do Sudeste e no setor de moda.
No varejo, o segmento de roupas e calçados lidera os índices de inadimplência e exige atenção redobrada nas vendas a prazo. Adotar critérios mais precisos na concessão de crédito, levando em conta o histórico de pagamento, pode ajudar a reduzir os atrasos.
De acordo com especialistas do Meu Crediário, que atua com soluções digitais para o crediário, uma dica é observar o comportamento de pagamento nas primeiras compras. Essa análise permite identificar com mais rapidez os consumidores com maior risco de inadimplência.
Nos próximos meses, o uso de dados para decisões mais precisas tende a ganhar força. Ao mesmo tempo, ações voltadas à educação financeira podem ajudar os consumidores a manter o controle sobre as dívidas e evitar novos atrasos.