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    Movimentação financeira das pequenas e médias empresas recua 1,7% em outubro

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    Varejo é um dos setores a puxar a baixa das empresas, enquanto indústria seguiu mostrando desempenho positivo

    Lucas Torres

    [email protected]

    No primeiro saldo negativo do ano, o Índice Omie de Desempenho Econômico das Pequenas e Médias Empresas (IODE-PMEs) registrou uma queda 1,7% no desempenho financeiro das PME’s brasileiras ao longo do mês de outubro na comparação com o mesmo período de 2021.

    O decréscimo apontado no primeiro levantamento do último trimestre do ano foi ainda maior no comparativo com o último levantamento mensal, registrando uma queda de 3,9% em relação a setembro.

    De acordo com o gerente de Indicadores e Estudos Econômicos da Omie, Felipe Beraldi, o mau desempenho foi impulsionado pela alta taxa de juros (SELIC) e, sobretudo, pelo endividamento das famílias – fatores que neutralizam questões negativas da conjuntura econômica, tal como a queda da inflação e a melhora no mercado de trabalho.  Já na análise direta com setembro de 2022, o índice aponta uma diminuição de -3,9%. Mesmo com o resultado negativo no último mês, o acumulado do ano traz um crescimento de 2,6% em relação ao mesmo período de 2021.

    “De fato, a confiança dos consumidores – medida pelo ICC-FGV – recuou 0,4 ponto em outubro, após quatro meses de altas consecutivas, reflexo da piora das expectativas dos agentes para os próximos meses”, comentou Beraldi.

    Ao analisarmos o IODE-PMES a partir de seus enquadramentos setoriais, nota-se que o resultado negativo do mercado em outubro foi impulsionado, especialmente, pelo fraco desempenho dos setores Comércio e Serviços – segmentos com o maior volume de empresas da economia brasileira. 

    No setor de comércio, a movimentação financeira real teve um decréscimo significativo na de 8,9% na comparação anual – apresentando quedas tanto no atacado quanto no varejo. Este resultado, segundo Beraldi, liga um sinal de alerta no mercado – já ao longo de todo 2022, o comércio das PMEs vinha se destacando positivamente e alavancando a alta acumulada do ano.  

    Já a movimentação financeira das pequenas e médias empresas em serviços apresentou recuo de 1,1% na comparação com outubro de 2021, resultado – este – que não surpreendeu os analistas da Omni, visto que este setor vem apresentando quedas consecutivas desde junho deste ano. Nesse setor, o IODE-PMEs já mostra quedas consecutivas desde junho/22. 

    “Dentre as atividades, os fracos resultados estão concentrados em saúde humana e serviços sociais e transporte, armazenagem e correio. Também se observa fraco desempenho em  educação”, salientou a equipe de análise da Omni.

    Na contramão do resultado geral, há áreas que apresentaram crescimento. A movimentação da indústria avançou 8,9% na comparação anual em outubro/21, com destaque para os segmentos moveleiro, de máquinas e equipamentos. As PMEs de infraestrutura também tiveram resultados positivos, com alta de +1,4%..

    O comércio também chama a atenção, uma vez que houve recuo de 8,9% na comparação com o ano anterior. O índice aponta que ainda é cedo para assumir se a queda no último mês se configura como tendência  para o setor. 

    Mesmo com resultados negativos, alguns segmentos varejistas mantiveram  crescimento, como: tecidos e vestuário, eletrodomésticos e equipamentos de áudio e vídeo e móveis. Assim, atividades que costumam impulsionar as vendas na Black Friday mantiveram tendência positiva nos últimos meses.

    Sobre o Índice Omie de Desempenho Econômico das PMEs (IODE-PMEs)

    Compreendendo a relevância das PMEs na economia do Brasil, a Omie desenvolveu o Índice Omie de Desempenho Econômico das PMEs (IODE-PMEs) que acompanha as atividades econômicas das pequenas e médias empresas brasileiras. A pesquisa da scale-up Omie é uma apuração inédita das empresas com faturamento de até R$ 50 milhões anuais, e oferece uma análise setorial do mercado de PMEs no Brasil.

    Para elaborar os índices, a Omie analisa dados das movimentações financeiras de contas a receber de mais de 100 mil clientes, cobrindo 637 CNAEs (de 1.332 subclasses existentes) – considerando filtros de representatividade estatística. As informações são deflacionadas com base nas aberturas do IGP-M (FGV), tendo como base o índice vigente no último mês de análise, com o objetivo de expurgar o efeito meramente inflacionário na série temporal, permitindo que se observe a evolução das movimentações financeiras em termos reais.

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