Alta de 35,94% puxa bons resultados das ações do varejo que fecharam período com variação positiva de 3,42%
Pelo segundo mês consecutivo, o Ibovespa fechou o balanço mensal em alta, terminando com uma valorização de 3,02%.
Os especialistas atribuiram o bom desempenho do período majoritariamente ao cenário internacional. Isso porque, depois de um longo período mantendo altas taxas de juros para os padrões norte-americanos, o FED – Banco Central estadunidense – sinalizou com uma queda em um futuro próximo.
Com isso, a expectativa é que investidores que estavam confortáveis em investir em um dos mercados mais seguros do mundo com boa rentabilidade passem a estar mais dispostos a assumir mais risco em prol da maior rentabilidade de mercados como o brasileiro. É nessa esteira, aliás, que julho marcou a primeira vez no ano em que a captação líquida (a diferença entre entrada e saída) do capital estrangeiro encerrou o mês com um saldo positivo (R$ 7,4 bilhões).
Beneficiando-se desse cenário e de saltos significativos de empresas como a Americanas, o varejo acompanhou o movimento – crescendo 3,42% no período.
No recorte específico do setor varejista, o destaque positivo ficou por conta da Americanas que, em plena recuperação judicial, saltou 35,94% no período em uma reação dos investidores à aprovação de subscrição e integralização de novas ações ordinárias a serem emitidas pela companhia pela Superintendência-Geral do CADE.
Com a alta, o ticker da gigante ultrapassou o valor de R$ 0,60 pela primeira vez desde o mês de fevereiro – patamar a partir do qual inicia este mês de agosto (0,63 na manhã desta sexta-feira, 2/08).
Já no aspecto negativo do levantamento de julho, destaca-se a nova onda de desvalorização da ação das Casas Bahia. O movimento foi uma ducha de água fria naqueles que viam o movimento de alta do último mês de maio como uma sinalização de estabilização da empresa que, há três meses, havia anunciado acordo para recuperação extrajudicial.
Por outro lado, a queda premiou a leitura de mercado bancos como o JP Morgan que aproveitaram a disparada do papel da varejista para diminuir suas posições.
O INVA
O INVA é o índice criado pelo grupo Nhm para medir movimentações nas ações do segmento varejista listadas em Bolsa. Sua ideia é proporcionar uma leitura sobre o desempenho das operações relacionadas ao varejo que abriram capital e usam o pregão do Ibovespa para conquistar investidores e alavancarem seus negócios.
A metodologia do estudo reúne as movimentações diárias dos índices de fechamento de cada ação para criar uma média, o INVA – número médio medido entre a variação das 26 empresas selecionadas, que é comparado com o índice do Ibovespa gerando gráficos para a checagem do comportamento do varejo em relação à movimentação do mercado em geral, regulando os índices de forma a perceber variações em tempo real.