Em fevereiro, lojas de rua apresentaram recuo de 8% e os de shoppings 5%, em relação ao mesmo período de 2023; no entanto, faturamento cresceu 9% em âmbito nacional
O fluxo de visitação em lojas físicas registrou queda de 6% no mês de fevereiro de 2024, em comparação ao mesmo período do ano anterior. Os dados são da pesquisa IPV (Índices de Performance do Varejo), organizada pelo venture capital HiPartners Capital & Work, em parceria com a Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC).
Os estabelecimentos de rua apresentaram recuo de 8% e os de shoppings, 5%, na mesma base de apuração. Ainda, os shopping centers em geral, registraram 1% de retração no fluxo.
Transações em alta
Por outro lado, o faturamento do varejo apresentou aumento de 9% no Brasil. Com destaque para lojas de rua, que atingiram 14% de alta, e para a região Nordeste, que alcançou 13%. Essa movimentação refletiu na variação no ticket médio geral, que chegou à casa dos 4,5%, representando crescimento de 6% para estabelecimentos de rua e 0,2% para lojas de shoppings.
“Apesar das turbulências políticas e econômicas, é crucial adotar um olhar mais otimista sobre a economia brasileira em 2024 a partir da performance desse primeiro trimestre. A redução consistente da taxa básica de juros pelo Banco Central traz alívio para os varejistas, facilitando investimentos em expansão, tecnologia e estoques. Com previsões favoráveis de crescimento econômico e inflação controlada, vislumbramos um ciclo virtuoso de mais consumo, empregos e benefícios para toda a sociedade”, analisa Eduardo Terra, presidente da Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC).
Dados por região
Com exceção do pequeno acréscimo no fluxo de visitação apontado no Nordeste (0,3%) e Centro-Oeste (1%), as demais regiões apresentaram redução. Destaque para o Norte, com queda acentuada de 21%.
No entanto, assim como o faturamento apresentou aumento de 9% no país, as vendas também subiram; registraram 4% de alta em todas as regiões, com destaque para Centro-Oeste (9%), Nordeste (7%) e Sul (3%).
Fluxo entre setores
O fluxo de visitação contou com redução nos quatro setores com dados apurados em fevereiro/24, em relação ao mesmo mês do ano anterior. Por outro lado, em termos de vendas, há notável destaque no segmento de “Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos”, com alta de 11%, além do aumento expressivo de 17% no faturamento. Trata-se do único setor com destaque positivo no período.
Na contramão, como destaque negativo, encontra-se “Móveis e eletrodomésticos”, com redução de 10% nas vendas e “Tecidos, vestuário e calçados”, em faturamento, registrando redução de 5%.
“Ainda que as iniciativas de transformação digital tenham enfraquecido no ano passado, por conta de planos de sobrevivência imediata de algumas companhias, temos visto que o cenário econômico pode ajudar a superar gradualmente esse desafio. E, ainda que o fluxo no varejo físico tenha decrescido no último mês, a loja nunca teve um papel tão importante na jornada de consumo, assumindo parte estratégica para melhorar experiência, aumentar engajamento e fornecer conveniência ao consumidor”, relata Flávia Pini, sócia da HiPartners.
Confira mais destaques do levantamento do IPV de fevereiro/24:
- O índice de Cesta Básica no E-Commerce (ICB-COM) registrou alta de 17% em relação a fevereiro/23. Na variação mensal, houve crescimento de 0,15%.
- Para o indicador do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) da cesta básica, que cobre preços em lojas físicas, houve alta de 2% na variação mensal de fevereiro/24, em São Paulo. Em relação a fevereiro/23, o índice apresentou crescimento de 4%.
- No volume de vendas, o destaque positivo foi Centro-Oeste (9%), seguido do Nordeste (7%) e Sul (3%).
- No faturamento nominal, o maior crescimento foi da região Nordeste (13%).
- No fluxo de visitantes, Norte (-21%) foi destaque negativo e Nordeste (0,3%) e Centro-Oeste (1%) apresentaram pequena alta no período.
- O segmento de Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumariaecosméticos teve alta de 11% nas vendas e 17% em faturamento.