Relatório divulgado pela Ipsos nesta quarta-feira, 19/03, apontou que a confiança do consumidor brasileiro caiu 9 pontos percentuais entre 2024 e 2025
Por Lucas Torres, 19/03, às 10h40
O mais recente relatório Ipsos Global Consumer Confidence trouxe um dado preocupante para o mercado brasileiro: a confiança do consumidor no país caiu -9,1 pontos no último ano (fevereiro de 2024 a fevereiro de 2025), sendo uma das maiores quedas entre os 29 países analisados. Apenas no último mês, a retração foi de -2,2 pontos, indicando um cenário de cautela que afeta diretamente o setor varejista.
A pesquisa da Ipsos vem sendo conduzida mensalmente desde 2010, fornecendo uma série histórica sobre a confiança do consumidor em diversos países. O estudo mais recente foi realizado com mais de 21.200 entrevistados em 29 países, incluindo Brasil, México, Argentina, Chile, Colômbia e Peru na América Latina. A metodologia avalia a confiança do consumidor com base em quatro subíndices: Expectativas, Investimento, Empregos e Condições Atuais, fornecendo um panorama detalhado sobre a percepção econômica da população.
Impactos da baixa confiança no varejo nacional
A queda de confiança do consumidor brasileiro reflete diretamente no comportamento de compra. Com menor disposição para gastar, as vendas no varejo podem ser impactadas em diferentes segmentos, desde bens duráveis até itens de consumo do dia a dia. Esse cenário leva os varejistas a reavaliarem estratégias de precificação, promoções e condições de pagamento para manter a competitividade e estimular o consumo.
Outro impacto direto pode ser a redução no ticket médio das compras, com consumidores priorizando itens essenciais e evitando gastos supérfluos. Além disso, a demanda por parcelamentos e condições especiais de pagamento tende a crescer, exigindo que lojistas e redes varejistas reforcem suas estratégias de concessão de crédito.
Como o Brasil se compara com outros mercados
Enquanto a confiança do consumidor brasileiro enfrenta uma queda significativa, outros países da região apresentam um cenário inversamente proporcional. A Argentina, por exemplo, registrou um aumento de +10,4 pontos, o maior crescimento entre os 29 países analisados. O movimento positivo pode estar atrelado a mudanças econômicas e expectativas sobre novas políticas no país vizinho.
Na média, a América Latina registrou um índice de 42,7 pontos, abaixo da média global de 48,8 pontos, o que reforça que a região ainda enfrenta desafios econômicos estruturais. Além do Brasil, outros países também apresentaram perdas no índice, como a Tailândia (-5,8), Grã-Bretanha (-3,5) e França (-3,3).
*esta reportagem contou com o auxílio da IA