Em artigo, o Diretor da Orbital, Vini Luiz, explica porquê a hiperpersonalização é tendência no varejo, aponta para benefícios e dá dicas de como implementá-la
Com crescimento maior de 4% em 2024, o varejo tem apostado em estratégias cada vez mais ousadas e direcionadas para o público, buscando compreender qual o momento ideal de abordar para incentivar uma compra. Para 2025 não ficar atrás, há uma tendência se desenhando no horizonte: a hiperpersonalização no varejo.
Em um cenário onde o físico e o digital se fundem, como preconizado por Philip Kotler em Marketing 6.0, a hiperpersonalização não é apenas uma tendência, mas uma necessidade para varejistas que desejam se manter relevantes.
Fazer o cliente se sentir especial e “ouvido” pela marca tornou-se quase essencial para conquistar sua fidelidade. Uma pesquisa da McKinsey, realizada em 2023, revelou que 71% dos consumidores esperam interações personalizadas e que 76% se frustram quando isso não acontece. Para Vini Luiz, diretor de Inovação da Orbital, que já aplica conceitos de Marketing Espacial no Brasil, não há caminho alternativo: o atendimento e a publicidade cada vez mais personalizados são inevitáveis.
“Os consumidores desejam sentir que as marcas compreendem suas necessidades e estão prontas para atendê-las de maneira única. Sem esse vínculo, é difícil concluir a venda, pois o cliente não se sentirá atraído a dar o último passo. Essa é uma tendência sem volta, e as empresas que desejam se manter competitivas precisarão se adaptar”, afirma Luiz.
Enquanto as lojas online estão cada vez mais focadas em coletar dados, as físicas ainda enfrentam desafios para implementar a hiperpersonalização. Muitas não sabem como direcionar produtos específicos ao perfil de seus consumidores e, por isso, acabam perdendo vendas para o comércio digital.
Para entender como entrar de vez na era da hiperpersonalização no varejo, Vini elenca algumas dicas, veja:
Invista em tecnologia de dados: não há como personalizar nada sem uma boa base de dados. Investir em tecnologias que tragam estas informações é essencial para dar o primeiro passo e voltar a ser competitivo no mercado. É um investimento, não um gasto, então extraia o melhor de cada tecnologia. Ferramentas como o Podash que analisa as emoções de quem passa pela vitrine, por exemplo, podem gerar informações úteis como perfil dos clientes e quais produtos são mais visados.
Aprenda a analisar os dados obtidos: mais importante do que ter os dados é saber como usá-los. Sem saber interpretar, os dados perdem seu verdadeiro potencial. A chave está em transformá-los em experiências relevantes e personalizadas, unindo o mundo físico e digital para criar conexões mais profundas com o consumidor. Refina a pesquisa, apure o perfil dos clientes, o ticket médio, itens mais procurados e comece a compreender cada vez mais a experiência que o seu cliente espera quando está buscando por um produto.
Crie experiências mais imersivas para promover a hiperpersonalização no varejo: Comprar deve ser um “evento” para o cliente. Ao ter os dados em mãos, criar cada vez mais momentos personalizados podem fazer com que o cliente se torne fiel à marca. Para as lojas físicas é mais difícil, mas pode ser possível ao tornar o produto e a oportunidade coerentes com o perfil do consumidor que frequenta o estabelecimento. Por exemplo, essa imersão pode ser feita através de um espelho virtual para experimentar roupas ou em eventos exclusivos para clientes. Esse tipo de abordagem conecta diretamente ao conceito de Marketing Espacial, onde o ambiente físico é transformado em uma experiência interativa, usando dados e tecnologia para gerar engajamento direto com o consumidor no ponto de venda.
Escute seu cliente: tomar as decisões baseadas em dados é um caminho ideal, mas os ajustes principais vão sempre vir do feedback dos clientes. Aprecie os elogios e se atente às críticas, buscando sempre compreender como solidificar algum ponto sobre elas. Para as lojas físicas é um processo mais complexo, mas fique atento ao que falam em sites como Reclame Aqui ou nas redes sociais, estas informações podem ser extremamente valiosas a longo prazo.
Segundo o especialista, ao adotar essas ações, a marca tem tudo para se destacar em um mercado cada vez mais competitivo e conectado. “Na era do Marketing 6.0, dados, tecnologia e personalização se unem para criar experiências verdadeiramente imersivas. Com práticas avançadas de Marketing Espacial e Retail Media, a Orbital transforma o varejo físico, gerando insights que vão além do digital e criam conexões reais e impactantes”, conclui Vini Luiz.