Casos são mais um exemplo do impacto da crise da Americanas na relação entre o varejo e o setor financeiro
Lucas Torres
Dois players importantes do varejo nacional tiveram seus problemas de caixa expostos por fundos imobiliários na última semana. Depois de deixar de pagar aluguéis de seus galpões logísticos no mês de janeiro, a Tok&Stok e a Marisa foram citados publicamente por comunicados das gestoras do setor.
Na terça-feira, 14/02, o fundo ‘Vinci Logística’ entrou com uma ação de despejo depois de a Tok&Stok deixar de pagar um aluguel vencido no início de fevereiro. Três dias depois, na sexta-feira – 17/08, o fundo ‘Brasil Varejo’ divulgou um comunicado para informar que tomará todas as medidas cabíveis para cobrar um aluguel em atraso das Lojas Marisa.
De acordo com gestores de Fii’s e advogados, estes movimentos refletem a crise de confiança entre o setor financeiro e as empresas varejistas causada pelo rombo recentemente divulgado nas contas da Americanas.
Segundo eles, as situações de Tok&Stok e Marisa já mostram que os Fii’s estão dispostos a iniciar ‘processos relâmpagos de despejo’ nos quais os proprietários exigem a desocupação depois de um pequeno atraso no aluguel.
Vale pontuar, porém, que a reação das gestoras está longe de ser apenas preventiva. Afinal, projeções como a oferecida pela Folha de S. Paulo, que estimou a dívida da Tok&Stok com a gestora Rio Bravo em R$ 21 milhões, apontam que as dívidas das varejistas são multimilionárias – o que impacta a capacidade de arrecadas e receber destes ativos.