A iminente notícia de que o Carrefour deixou a B3 se concretizou no último dia 8/06 com a companhia elevando a oferta para R$ 8,50 por ação para os acionistas do CRFB3
O Carrefour Brasil (CRFB3) oficializou sua saída da B3 na última segunda-feira, 8/06, encerrando o registro de companhia aberta no segmento de ações. A operação marca o fechamento de capital da empresa no Brasil, aprovado em assembleia no início de junho, e integra o processo de reorganização societária do grupo francês que, entre outros movimentos, busca a integração global da operação brasileira ao grupo Carrefour S.A., sediado na França.
Segundo o BB Investimentos, tal movimento permitirá maior eficiência de governança e alinhamento estratégico, sem excluir os investidores brasileiros do negócio.
Sair da estratégia à concretização, no entanto, exigiu capacidade de negociação da gigante do varejo global. Isso porque, a proposta inicial da matriz europeia, que, previa o pagamento de R$ 7,70 por ação da CRFB3 para encerrar as negociações na bolsa brasileira, precisou ser elevada para R$ 8,50 por ação após pressão de acionistas minoritários.
Como ficam os atuais acionistas?
Para os investidores com ações da CRFB3, o Carrefour ofereceu três opções (ou classes de ações) para lidar com a transição:
Classe A: O acionista recebe R$ 8,50 por ação e deixa de ser sócio da companhia.
Classe B: O acionista recebe R$ 4,25 em dinheiro e mantém uma participação parcial em BDRs da holding francesa Carrefour S.A., permanecendo sócio da empresa.
Classe C: O acionista não recebe valor em dinheiro e tem sua participação integralmente convertida em BDRs, mantendo 100% da exposição à companhia por meio dos certificados.
Caso o investidor não tenha manifestado sua escolha até o dia 12 de maio, foi automaticamente incluído na Classe A, ou seja, recebeu o valor integral por ação e deixou de ser acionista.
O que são BDRs?
Vale dizer que os BDRs (Brazilian Depositary Receipts) são certificados que representam ações emitidas por empresas estrangeiras, mas que são negociados na B3, a bolsa brasileira. Embora não sejam ações diretamente, os BDRs conferem direitos econômicos equivalentes, como recebimento de dividendos, variação patrimonial e possibilidade de negociação em mercado secundário.
Nesse caso em que o Carrefour deixou a B3, os investidores que optaram por permanecer acionistas receberam os BDRs da holding francesa Lempira S.A.S., controladora das operações no Brasil. Esses certificados passaram a ser negociados sob o ticker LMRS32, permitindo que os papéis continuem acessíveis ao público local, mesmo fora do Novo Mercado da B3.