Em artigo, a CMO da Loyalme, Nara Iachan, explica como a gamificação no varejo tem contribuido para a atração, engajamento e fidelização de consumidores
Nos últimos anos, o comportamento do consumidor mudou radicalmente. Mais exigente, distraído e conectado, ele não busca apenas produtos, mas experiências. Um estudo da Deloitte, uma das maiores empresas globais de consultoria e auditoria, reforça essa transformação: enquanto 80% dos líderes de empresas B2C acreditam oferecer uma experiência de compra excelente, menos da metade dos consumidores concorda com essa percepção.
Isso evidencia uma lacuna entre o que as marcas acreditam estar entregando e o que os clientes realmente valorizam: experiências relevantes e consistentes. Nesse novo cenário, a gamificação no varejo surge como ferramenta poderosa para atrair, engajar e fidelizar consumidores de forma genuína, tornando a jornada de compra mais interativa e envolvente.

A lógica é simples: trazer elementos de jogos — como desafios, recompensas e rankings — para contextos do varejo. O cliente quer se sentir parte de uma comunidade, reconhecido por suas escolhas. Marcas que adotam essa estratégia criam um ambiente onde o consumidor quer estar (e voltar) com frequência.
Engajamento virou a nova moeda. Programas de fidelidade esquecidos mostram que o problema não é o conceito, é a execução. Com metas semanais, selos colecionáveis e desafios surpresa, o envolvimento do cliente se torna constante, gerando mais visitas, tempo de permanência e vendas.
Além de engajar, toda interação em uma plataforma gera dados: quais produtos chamam mais atenção, quais desafios convertem melhor, onde o interesse cai. Isso permite campanhas mais precisas e ajustes em tempo real.
Ao contrário do que muitos imaginam, a gamificação no varejo não é privilégio de grandes redes. Com a popularização de soluções acessíveis e plataformas plug-and-play, varejistas de todos os portes podem aplicar iniciativas simples. Sistemas de pontos com progressão de níveis, missões personalizadas com recompensas, descontos desbloqueáveis conforme o engajamento e selos virtuais por comportamento recorrente são exemplos que cabem em qualquer realidade.
Além de viável, a gamificação é um investimento com retorno real. Diversos cases demonstram aumento de até 40% na frequência de compra, redução no churn de clientes ativos e crescimento expressivo no ticket médio entre usuários engajados. Quando bem estruturada, essa estratégia se paga em menos tempo do que se imagina.
Esse movimento também acompanha a evolução do comportamento do consumidor, cada vez mais acostumado à fluidez de interação oferecida por apps, carteiras digitais, IA e experiências imersivas. A gamificação conversa diretamente com esse cenário. Não se trata de colocar joguinhos em todo lugar, trata-se de usar inteligência para criar experiências memoráveis.
Investir em gamificação no varejo não é uma moda passageira, e sim uma estratégia para quem quer construir relacionamentos duradouros com seus clientes, aumentar vendas e criar diferenciação real em um mercado cada vez mais competitivo.