Movimentação de leve alta sugere uma continuidade seletiva do fluxo comprador no varejo, algo que já havia se destacado em abril
Depois de encerrar abril com desempenho superior ao do Ibovespa, o varejo conseguiu manter o fôlego no início de maio. Na semana entre 28 de abril e 2 de maio, o Índice Novo Varejo de Ações (INVA) subiu 0,06%, enquanto o Ibovespa recuou 1,25%, pressionado pelo cenário externo e pela realização de lucros em setores mais sensíveis à taxa de juros.
A movimentação de leve alta sugere uma continuidade seletiva do fluxo comprador no varejo, que já havia se destacado em abril com alta de ações como Pão de Açúcar e Azza. Apesar da volatilidade, algumas empresas seguiram atraindo o investidor em busca de nomes descontados ou com fundamentos mais sólidos.
Com valorização de +7,51%, Lojas Renner (LREN3) foi o principal destaque da semana. O papel reagiu positivamente à combinação entre maior apetite por empresas consolidadas e percepção de bom momento operacional, especialmente em relação a margem e estrutura de capital.
Outros papéis que sustentaram o desempenho do INVA foram Azza (AZZA3) (+4,75%), Vivara (VIVA3) (+4,59%), Track&Field (TFCO4) (+2,56%) e Grupo SBF (SBFG3) (+2,17%). Alpargatas, Mercado Livre e Vulcabras também fecharam o período em alta, ajudando a contrabalancear as quedas do grupo mais pressionado por crédito e inadimplência.
Na ponta negativa do cenário de leve alta, Pão de Açúcar (PCAR3) teve recuo de -11,36%, devolvendo parte da valorização acumulada em abril, quando disparou mais de 55%. O movimento de correção técnica também afetou Magazine Luiza (MGLU3), com queda de -8,03%, e Casas Bahia (BHIA3), que recuou -6,74% após o forte rali especulativo do mês anterior.
Mobly, Westwing e Natura completaram a lista das maiores quedas da semana, refletindo as dificuldades persistentes de empresas mais alavancadas ou expostas ao consumo não essencial.
O INVA
O INVA é o índice criado pelo grupo Nhm para medir movimentações nas ações do segmento varejista listadas em Bolsa. Sua ideia é proporcionar uma leitura sobre o desempenho das operações relacionadas ao varejo que abriram capital e usam o pregão do Ibovespa para conquistar investidores e alavancarem seus negócios.
A metodologia do estudo reúne as movimentações diárias dos índices de fechamento de cada ação para criar uma média, o INVA – número médio medido entre a variação das 26 empresas selecionadas, que é comparado com o índice do Ibovespa gerando gráficos para a checagem do comportamento do varejo em relação à movimentação do mercado em geral, regulando os índices de forma a perceber variações em tempo real.